Finalmente vencendo os meus piores inimigos – ou simplesmente fazendo um site
Depois de aproximadamente um bilhão de anos com "fazer um blog" na minha lista de projetos pessoais, finalmente posso marcar esse item como concluído. Qualquer coisa que envolva front-end de uma forma ou de outra tende a ser o meu pior inimigo. Navegar pelo oceano de opções de frameworks, compatibilidade com navegadores e dispositivos, estéticas e minhas decisões voláteis tornam o processo de fazer uma simples interface gráfica um inferno.
Por isso eu decidi seguir o caminho fácil (da minha perspectiva) e fazer um blog extremamente simples tanto em funcionalidade (só tem uma lista com os artigos e uma página de informações), quanto em estética (zero cores, tudo em escala de cinza e com fontes que sempre gostei). Além de facilitar a minha vida na hora de escrever o código do site, acredito que uma interface simples acaba sendo mais resistente ao eterno vai-e-vem dos meus interesses estéticos. Espero não querer re-fazer o site inteiro a cada dois dias.
Deixando as marcas do desenvolvimento expostas
Durante o processo de desenvolvimento, fiz uma "página de testes" com as funcionalidades básicas de markdown (negrito, itálico, blocos de código etc) pra ir testando e ir construindo a estética que eu queria alcançar. Essas páginas ainda estão disponíveis e devem ficar por lá do jeitinho que estão. Elas poderiam ficar escondidas e só serem utilizadas localmente quando quisesse fazer algum ajuste no layout, mas acho que isso não se conecta com o jeito que eu quero construir as coisas.
Cada vez mais tenho refletido sobre a importância de deixar as marcas do processo de construção expostas. Mais do que isso, deixar expostas as engrenagens internas que fazem algo funcionar. De uns tempos pra cá tenho me incomodado bastante ao observar como as coisas ao nosso redor estão fechadas, maquiadas pra esconder suas entranhas, as vezes sob o nome de um conforto ou melhor experiência pro usuário, mas, na maioria das vezes, é só pra manter o sistema fora do nosso controle e do nosso entendimento.
Do outro lado da moeda dessa obsessão, tenho me atraído por dispositivos e sistemas que decidem por deixar suas partes internas explicitas. Seja de uma forma mais simples, como os pocket operators que são basicamente placas de circuito expostas, te convidado a imaginar o que está acontecendo "por debaixo dos panos", ou mais complicada, como dispositivos que vêm com uma simples chave de fenda na embalagem, te incentivando a abrir o produto e modificar do seu jeito logo de cara. Dá pra ir ainda mais além e pensar nos que optam pelo caminho do open hardware e software, como o R36S, flipper zero e tantos outros. Vejo algo semelhante a isso também no mundo as artes e no mundo maker, Laura Kampf e Tom Sachs me surgem a mente rapidamente.
Deixar a página de testes publicada é um minúsculo aceno a esse tipo de abordagem criativa do fazer.
Cuidando da casa
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