Criando um Suporte de Pegboard para um Pocket Operator
Uma das melhores coisas que já comprei pra organizar meu apartamento foi uma pegboard de mesa que achei na IKEA (a série SKÅDIS). Além de não ter que furar as paredes, a possibilidade de mover de uma mesa pra outra, ou guardar dentro de um armário quando você quer fingir que é uma pessoa normal pra as visitas, é muito útil. Coloquei nela as coisas que uso com maior frequência e que acabam sempre ficando espalhadas pela mesa: paquímetro, régua, caderno, lápis e canetas, post-its, tesoura etc. A ideia é ter fácil acesso a esses itens sem que eles fiquem o tempo inteiro ocupando o pouco espaço que tenho na mesa de trabalho.

Um dos ítens que quero colocar na pegboard é o meu Pocket Operator: um dispositivozinho maravilhoso que te ajuda a rascunhar e experimentar com músicas. Apesar de ser apaixonado por ele, uso com menos frequência do que gostaria, por isso pensei em colocá-lo por lá, pra que ele fique sempre fácil de acessar, me lembrando da sua existência sempre que for pegar um lápis ou uma tesoura.

Apesar do Pocket Operator já ter um encaixe pra pendurar num ganchinho, eu não queria arriscar quebrar essa parte por acidente (até por que ela é opcionalmente destacável) nem queria deixar ele tão exposto na pegboard, correndo risco de receber umas pancadas na hora que eu for tirar ou por alguma outra ferramenta perto dele. O problema na verdade é que eu sou muito fresco com esse negócio. Acho o design desse dispositivo genial: uma placa de circuito exposta com os componentes soldados diretamente nela. Isso me passa uma sensação de algo experimental, meio inacabado, que me incentiva a começar a fazer coisas sem necessariamente precisar terminar ou alcançar um objetivo claro: o fazer por fazer. O problema é que ele também me passa a sensação de algo super frágil, por isso toda a minha frescura pra pendurar ele na pegboard.
Decidi então fazer algo que o protegesse melhor, mas sem visualmente ofuscá-lo, pra que sempre que olhasse para a pegboard, pudesse vê-lo por lá. Cheguei a ideia de uma caixinha simples, feita na impressora 3D. Ela teria a frente transparente e seria aberta no topo pra facilitar tirar e pôr o dispositivo.

Comecei modelando a parte que seria impressa em 3D. Fiz em duas partes para evitar o uso de muitos suportes durante a impressão. A peça de trás possui dois ganchinhos que se encaixam na pegboard da IKEA pra prender por lá e manter a estabilidade. A impressão acabou ficando super fácil, sem muita complexidade na estrutura.

Pra fazer a parte transparente da frente, usei um pedaço do plástico de uma embalagem de Sushi que tinha comido no almoço (e viva os três R's da reciclagem: reduzir, reutilizar e ruir o capitalismo). Caso alguém queira fazer algo parecido e não tenha acesso a uma folha de plástico pra reutilizar, vale buscar por lugares que vendem folhas finas de acrílico ou de acetato.

Foi um saco cortar esse negócio pro tamanho certo. Usei um desses estiletes tipo "hobby knife/exacto knife" e uma régua simples, que ficava escorregando o tempo inteiro no plástico. Fazer um corte reto o suficiente foi um trabalho hercúleo. Mas no fim das contas a precisão não era um objetivo, com exceção da parte de cima, as extremidades do plástico ficam escondidas por trás da borda da peça feita na impressora.
Adicionei uma camada de EVA na parte interna da caixa que foi impressa. Isso ajudou a tirar o barulho chato que qualquer coisa faz quando passa ortogonalmente pelas camadas da impressão 3D.

Colei tudo com super cola e tcharam. Agora eu posso guardar meu Pocket Operator atendendo a todas as frescuras que criei na minha cabeça e provavelmente só existem por lá.
